Friday, October 12, 2007

OFICINA DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

OFICINA DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Profª Katiane Crescente Lourenço


· Parte teórica:
· Origem da literatura infantil:
- Ascensão da burguesia;
- Reconhecimento da infância;
- Vínculo com a pedagogia;
- Literatura menor.
· Literatura infantil universal:
- Contos de fadas: Perrault, Irmãos Grimm e Andersen;
- Adaptações de romances de aventuras.
· Literatura infantil brasileira:
- Adaptações e caráter didático;
- Monteiro Lobato: marco da literatura infantil brasileira;
- Histórias emancipatórias.

· Critérios para a seleção de textos infantis:
Para a criança se interessar por uma determinada leitura, o professor precisa motivá-la, mas, para isso, o professor deve ser um leitor. Ele precisa saber qual o objetivo pretendido, quando quer que uma criança leia, devendo apresentar-lhe diversos títulos para que ela possa escolher o que mais lhe agrada.

Trechos retirados do livro: Literatura Infantil: gostosuras e bobices (Fanny Abramovich)

Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo...
O primeiro contato da criança com um texto é feito oralmente, através da voz da mãe, do pai ou dos avós, contando contos de fada, trechos da Bíblia, histórias inventadas (tendo a criança ou os pais como personagens), livros atuais e curtinhos, poemas sonoros e outros mais... contados durante o dia – numa tarde de chuva, ou estando todos soltos na grama, num feriado ou domingo – num momento de aconchego, à noite, antes de dormir, a criança se preparando para um sono gostoso e reparador, e para um sonho rico, embalado por uma voz amada.
Daí que quando se vai ler uma história – seja ela qual for – para a criança, não se pode fazer isso de qualquer jeito, pegando o primeiro volume que se vê na estante... E aí, no decorrer da leitura, demonstrar que não está familiarizado com uma ou outra palavra (ou com várias), empacar ao pronunciar o nome dum determinado personagem ou lugar, mostrar que não percebeu o jeito como o autor construiu suas frases e ir dando as pausas nos lugares errados, fragmentando um parágrafo porque perdeu o fôlego ou fazendo ponto final quando aquela idéia continuava, deslizante, na página ao lado...
E para que isso ocorra, é bom que quem esteja contando crie todo um clima de envolvimento, de encanto... Que saiba dar as pausas, criar os intervalos, respeitar o tempo para o imaginário de cada criança construir seu cenário, visualizar seus dragões, adentrar pela casa, vestir a princesa e outras coisas mais...
Ah, é bom saber usar as modalidades e possibilidades da voz: sussurrar quando a personagem fala baixinho ou está pensando em algo importantíssimo; é bom levantar a voz quando uma algazarra está acontecendo, ou falar de mansinho quando a ação é calma... Ah, é bom falar muito baixinho, de modo quase inaudível, nos momentos de reflexão ou de dúvida, e usar humoradamente as onomatopéias, os ruídos, os espantos... Ah, é fundamental dar longas pausas quando se introduz o “Então...”, para que haja tempo de cada um imaginar as muitas coisas que estão para acontecer em seguida... E é bom valorizar o momento em que o conflito está acontecendo e dar tempo, muito tempo, para que cada ouvinte o vivencie e tome a sua posição...
E mostrar à criança que o que ouviu está impresso num livro (se for o caso...) e que ela poderá voltar a ele tantas vezes quanto queira (ou deixá-lo abandonado pelo tempo que seu desinteresse determinar...). E quando a criança for manusear o livro sozinha, que o folheie bem folheado, que olhe tanto quanto queira, que explore sua forma, que se delicie em retirá-lo da estante (encontrando-o sozinha, em casa ou na escola), que vire página por página ou que pule algumas até reencontrar aquele momento especial que estava buscando... (mesmo que ainda não saiba ler, ela o encontra... e fácil!).

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